GLOBO: Orgulho nacional ou manipuladora ideológica? 2/2



O Orgulho Nacional


Ao contrário do que muitos pensam, a TV Globo não foi a pioneira nacional e nem sempre esteve no primeiro lugar na audiência. O "Plim Plim" estreou em 1965 e só conseguiu se consolidar como líder, nos anos 80. Até essa data, a TV Tupi era a sua principal concorrente. Com o fim da TV Manchete e da Tupi, nos anos 90, foi que enfim, a Globo sustentou e ostentou o nome de maior emissora do país.

Assim como a postagem anterior, sobre a Globo, disse: muitas pessoas se posicionam contra a "poderosa" e muitos argumentos são jogados na discussão. Por outro lado, temos que reconhecer certas questões. Por exemplo: a Rede Globo já transmitiu diversas séries, excelentemente produzidas, que contavam a história do país, desde o descobrimento até os dias atuais. Fazendo assim, com que nossa cultura ultrapassasse as fronteiras nacionais. Antes mesmo disso, foi a TV Globo que uniu todas as regiões do Brasil pela primeira vez, formando uma Rede. Com isso, as informações cruzavam os estados e as culturas eram compartilhadas sem desfavorecimento, assim como é hoje. 

Se os Estados Unidos é conhecido como a “grande potência” do cinema, o Brasil é conhecido como a “grande potência” das novelas, e isso graças à Globo. A emissora carioca é considerada, junto com a Televisa, a maior produtora e exportadora de telenovelas do mundo.
Carregar o rótulo de maior emissora do país também tem seu lado ruim. Por ser a número um do Brasil, a Globo acaba virando alvo de algumas pessoas, que criticam a emissora por diversas razões, já que possui a capacidade de influenciar a cultura e a opinião pública. 

Quando o assunto é novela, surgem muitos pensamentos de senso comum, tratando-a apenas como um produto de entretenimento da nossa cultura, que tem por objetivo a alienação da população e a ilustração do Brasil como um lugar de estereótipos e de caricaturas. Além disso, há também o discurso de que ela provoca um distanciamento dos cidadãos para os reais problemas do país, como meio de deixar o povo alheio aos temas mais importantes da nossa sociedade. Esse pensamento é razoável, possui alguns pontos consideráveis, mas temos de ter em mente que a novela vai além desses conceitos e detém uma importância social bem mais relevante.

O que outrora era visto desse modo apenas preconceituoso ganhou novos contornos e atualmente diversas pesquisas, inclusive em meios acadêmicos, são feitas tendo como objeto de estudo a importância e a influência das telenovelas em nossa sociedade. 

A despeito das narrativas de padrão comum, com a alta frequência de conflitos amorosos e familiares em seu núcleo principal, o drama sempre existente que se tornou clichê, traições, as reviravoltas previsíveis e a história de um herói contra um vilão, as novelas abrem espaço para problematizar questões essenciais do nosso cotidiano que estão invariavelmente em pauta. Isso pode ser considerado merchandising social ou simplesmente ações socioeducativas.

A partir disso, temos, por exemplo, a novela “Explode Coração”, escrita por Glória Perez em 1995, que tratou do drama das crianças desaparecidas. A partir dessa problemática existente no enredo e a campanha para ajudar na busca das crianças, 64 desaparecidos foram encontrados ao fim da história, mostrando a influência dessa iniciativa de promover ações socioeducativas.

Exibida entre maio e novembro de 2014, Geração Brasil é mais um exemplo de como as novelas da Globo promovem a reflexão e o debate sobre temas sociais importantes na vida do país e dos telespectadores. A trama do personagem retratou a importância do empreendedorismo e inspirou a campanha lançada em 1º de novembro pela Globo para discutir o tema.

A Globo acredita que, através de suas novelas, pode ajudar a transformar a realidade da sociedade, promovendo valores e princípios éticos e universais, estimulando a mudança de atitudes e também a adoção de novos comportamentos. Em 2013, 490 cenas socioeducativas foram exibidas em suas novelas e séries, e 973 cenas apontaram questões sociais.

Em sua programação, a Globo também enfatiza a importância da prática esportiva para o bem-estar não só individual, mas como elemento que pode promover o desenvolvimento de uma relação saudável entre comunidades. 

A série “Anos Rebeldes”, tinha como base a repressão - do final da década de 60 e início da de 70 - contra os estudantes e jovens, de forma geral, ligados a grupos de esquerda. Fictícia, porém, com pretensão de documentário histórico, essa série mostrava a luta estudantil contra a ditadura militar de forma extremamente “romanceada”.

Nessa série foram reunidos todos os ingredientes que a juventude busca para si - o heroísmo, o romance, o sexo, a contestação ao sistema. Com isso terminou prendendo a atenção dos adolescentes e, mais, acabou criando - para o adolescente da década de 90 - um novo herói: a juventude rebelde e politizada dos anos 60. Interessante notar, porém, que essa série foi produzida antes de qualquer manifestação pró-impeachment e, mais, começou a ser exibida antes mesmo que surgissem as primeiras denúncias de corrupção contra o presidente Fernando Collor


LEIA A PRIMEIRA PARTE DESSA POSTAGEM: "Manipuladora ideológica."


Fontes: Jpress e TVFoco

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Comentários
2 Comentários

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Anônimo
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26 de abril de 2015 às 20:37 delete

:) |o| É a primeira vez que vejo alguém falando bem da Globo!
Ver os dois lados é algo fundamental

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Unknown
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26 de abril de 2015 às 20:53 delete

Obrigado, também compartilho da sua opinião.

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