RESUMO
ESTÁGIO
EM PARCERIA UNIVERSIDADE-EDUCAÇÃO BÁSICA
LIVRO: Prática
de ensino de geografia e estágio supervisionado. Elza Passini
AUTORA: Sandra
T. Malysz
“[...] não se pode observar uma onda sem levar em conta
os aspectos complexos que concorrem para formá-la
e aqueles também a que essa dá ensejo. Tais aspectos
variam continuamente, decorrendo daí que cada onda é
diferente de outra onda; mas da mesma maneira é verdade
que cada onda é igual a outra onda, mesmo quando não
imediatamente contígua ou sucessiva; enfim, são formas e
sequências que se repetem, ainda que distribuídas de modo
irregular no espaço
e no tempo.”
Ítalo Calvino, Palomar
A autora começa pontuando que professores
geógrafos sempre estão preocupados em conseguir atuar de uma forma eficaz em
relação ao conteúdo e aos procedimentos para ensinar Geografia de uma forma
atraente. Ainda mais que, tradicionalmente, os conteúdos vêm sendo transmitidos
de forma descritiva. Entretanto, a didática está em evolução e cada vez mais
consideramos a realidade, permitindo o aluno compreender a organização e
produção do espaço social.
Os professores não têm uma receita para passar para
os estagiários, afim de sanar os seus anseios profissionais. A dinâmica das
aulas é construída em cima de dúvidas, pesquisas e com a observação de nossos
alunos. Com isso, faz-se necessária a ligação entre escola básica e a
universidade, para que haja uma troca de favores e experiências.
Segundo Sandra T. Malysz, o estagiário deve
permanecer tempo suficiente para manter uma relação com os alunos, mas ele pode
não usufruir deste tempo. Além disso, os professores costumam ter muitos alunos
e muitas aulas e fica complicado dar a atenção e orientação devida ao
estagiário.
Sobre esta questão, Pontuschka (1991) comenta:
Há
licenciados que têm dificuldade em analisar seriamente o espaço da sala de aula
e da escola no seu todo e veem somente os defeitos e, muitas vezes pouco
colaboram com o professor da classe na compreensão do ensino da disciplina.
Isso realmente é mais um problema para o professor já desgastado pelo descaso
com que a escola pública vem sendo vista. [...] O fato de ter estagiários
aumenta o número de horas de permanência na escola, pelas necessidades de atendê-los
com seriedade e discutir o próprio trabalho pedagógico; eles, junto com os
professores de Prática de Ensino, estão contribuindo para a formação do futuro
profissional e não recebem nada para fazê-lo. Consideram apenas sobretrabalho.
(Pontuschka, 1991: 123)
De fato, a relação universidade e escola básica
tem muito a oferecer. Enquanto a escola básica pode atualizar a realidade
escolar e as abordagens didático-pedagógicas, a universidade pode oferecer os
instrumentos científicos, como por exemplo: croquis, medições, sondagens, etc.
A autora diz que o interessante seria um
estagiário que fosse como um auxiliar,
ajudando em suas aulas e métodos; um estagiário
parceiro, em que possa haver discussões sobre os planos de aula; estagiário como substituto, onde o
professor possa se ausentar e o regente cumprirá de acordo com o combinado.
Somente através da parceria com o aluno, que
por via do conhecimento empírico do mesmo, é que o aluno poderá entender o
processo de construção da sociedade. Com isso, cada escola, turma e aluno, são
diferentes. Portanto, é muito difícil criar ou dar uma receita!
Para que o professor da escola básica possa
fazer uma boa orientação em relação ao estagiário universitário, é necessário
mais tempo. Até porque, envolve muitas responsabilidades, observações e
orientações. Como por exemplo: o planejamento, a duração das atividades/aulas
planejadas, a forma de linguagem e altura da voz, clareza dos objetivos, como e
quando usar a lousa, etc.
Com essa nova caminhada, os estagiários
passarão a ser vistos pelos alunos como professores e, pelos professores, como
professores auxiliares.