(Imagem meramente ilustrativa) |
Desde já, quero deixar claro que meu objetivo não será, de forma alguma, criticar as obras acadêmicas, nem tão pouco, o trabalho desses profissionais brilhantes. Entretanto, é nítido que os livros de Geografia estão longe de serem considerados adequados para o auxílio dos docentes.
Quando iniciei minha graduação, procurei meus livros do Ensino Médio para observá-los sob outra ótica e, ainda na contra-capa, constatei uma coisa que me inquietou: As obras eram assinadas por um bacharel em Geografia e um graduado em Filosofia. Estranho, não acham? Sei que a divisão “bacharelado’’ e “licenciatura’’ é complexa por si só, mas acredito que os livros didáticos devam ser escritos por quem realmente vai usá-los, por profissionais que conhecem as lacunas do ensino e as deficiências do processo de aprendizagem.
Folheando as páginas, a situação não ficou muito diferente. O foco se apresenta, de fato, para a geografia política e sua dinâmica espacial. A Geografia Física é esquecida, a Cartografia; presente apenas em mapas meramente ilustrativos, pouco contribui para a assimilação de conceitos da área, a História Geográfica não é lembrada, bem como não foi encontrado nenhum estudo sobre o solo, vegetação, clima, relevo.
Sei que o sistema educacional brasileiro é falho e a culpa disso é histórica. Estamos longe de uma educação-exemplo e, uma das primeiras coisas a serem modificadas são justamente os livros, os maiores aliados dos professores e dos alunos. O Brasil ostenta de professores qualificados que tem como instrumentos de trabalho livros que não acompanham sua qualificação.