NOVA ÁFRICA: Nigéria deseja atrair o mundo

Com o ímpeto de enriquecer que fez da economia nigeriana a maior do continente, Lagos deseja atrair o mundo. Em quase qualquer outra parte do mundo em desenvolvimento, sair da classe média e torna-se rico é um sentimento patético. Mas em lagos, o centro comercial da Nigéria, "Fique muito rico" virou o lema da cidade.

Há pouco tempo, o país recalculou o seu PIB para levar em conta setores da economia que mal existiam duas décadas atrás. Como resultado, a Nigéria declarou que seu PIB ultrapassou o da África do Sul em 2012 - o país se tornou a maior economia do continente. Cerca de 15.700 milionários e um punhado de bilionários vivem em solo nigeriano, mais de 60% deles em Lagos.

Como outras metrópoles africanas, Lagos, enriquecida pelo petróleo há tempos nutre uma elite incomodada com a esqualidez geral da cidade. Agora, a classe alta está se expandindo e , a despeito da persistente desigualdade de renda, a classe média também. O crescimento da camada intermediária nigeriana, segundo uma pesquisa feita em 2013, é impulsionado pela expansão dos setores bancários, de telecomunicações e serviços, sobre tudo em Lagos. A classe média nigeriana passou de 480 mil pessoas em 1990 para 4,1 milhões em 2014, ou 11% das famílias. Parece que, da noite para o dia, Lagos se transformou em uma cidade de Davis clamando para virar Golias. 

Essa é uma magnífica história de sucesso africana. Seria bom poder narrar esse brilhante relato sem lhe contrapor a sinistra e desmoralizante saga dos grotescos terroristas da Nigéria, que, como um eclipse lunar, bloqueou para a consciência do mundo a trajetória de progresso da cidade. 

A mudança de Lagos nasceu da convergência de dois fenômenos. Primeiro, depois de conhecer somente a incompetência política, os recém-democratizados lagosianos elegeram dois governadores estaduais muito eficazes: o ex-contador Bola Tinubu, em 1999, e, em 2007, seu sucessor, por ele escolhido, Babatunde Fashola. Os dois executivos trouxeram alguma sanidade fiscal ao estado, além de investir em pontes e rodovias. Nesse meio-tempo, deu-se uma diáspora às avessas, e nigerianos nativos começaram a voltar para a sua terra. Quando a recessão mundial barrou as oportunidades na Europa e na América, Lagos apresentou-se como uma nova fronteira. 

Isso não significa que viver em lagos seja moleza. Como todas as cidade de crescimento explosivo, a Nigéria se esfalfa para acompanhar o próprio ritmo. A população aumenta tão depressa e é tão impermanente que não se pode determinar o número de habitantes com maior precisão do que entre 13 e 18 milhões.    

FONTE: Revista National Geographic Brasil. Abril 2015.


Na Nigéria, os convidados usam trajes coloridos chamados aso ebi em ocasiões sociais,
como este casamento no Yoruba Tennis Club.
       
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16 de janeiro de 2018 às 00:15 delete

Eu acho que o que tinha que acontecer na Nigéria seria o mesmo que ocorreu no Mali, ou seja, uma intervenção rápida e eficaz do seu colonizador. No Mali, a França interveio e na Nigéria, a Inglaterra devia fazer o mesmo pra acabar com o boko haram.

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